Atualizado em 10 de novembro de 2025
Na COP30, em Belém, as expressões “Blue Zone” e “Green Zone” definem dois mundos complementares: um voltado às negociações oficiais da ONU e outro à participação popular e à inovação climática. Entenda como funcionam.
O que é a Blue Zone
A Blue Zone, ou Zona Azul, é o coração diplomático da COP30.
É dentro dela que acontecem as negociações oficiais entre os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
Gerida diretamente pela ONU, a Blue Zone abriga:
• Plenárias de negociação entre chefes de Estado e diplomatas;
• Pavilhões nacionais e painéis técnicos;
• Imprensa internacional e observadores credenciados.
O acesso é restrito e depende de credenciamento concedido pela ONU.
“É ali que os acordos climáticos são firmados. O Acordo de Paris, por exemplo, nasceu dentro da Blue Zone”, explica Thelma Krug, ex-vice-presidente do IPCC.
O que é a Green Zone
A Green Zone, ou Zona Verde, é o espaço aberto à sociedade civil, empresas, universidades e movimentos sociais.
Gerida pelo governo brasileiro, a Green Zone busca aproximar a população das discussões sobre sustentabilidade, inovação e economia verde.
Em Belém, o espaço deve ocupar áreas próximas à Estação das Docas e ao Hangar Centro de Convenções, com uma programação que inclui exposições, painéis, oficinas e apresentações culturais.
“O objetivo é democratizar o debate e dar voz à Amazônia”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante coletiva de imprensa.
Conexão entre as duas zonas
Embora fiquem próximas, Blue Zone e Green Zone não são o mesmo espaço.
• A Blue Zone é de acesso limitado e concentra decisões políticas.
• A Green Zone é aberta e voltada à participação popular.
Nos últimos anos, essa interação tem se intensificado: temas discutidos na Green Zone frequentemente influenciam os debates oficiais dentro da Blue Zone.
“É o encontro entre o que se negocia e o que se vive. A Green Zone traduz o cotidiano dos povos e territórios afetados pela crise climática”, destaca Txai Suruí, ativista indígena que participou de edições anteriores da COP.
Importância da COP30 para o Brasil
A COP30 será a primeira conferência climática da ONU realizada na Amazônia, o que reforça o papel do Brasil como líder na pauta ambiental global.
Belém deve receber mais de 60 mil participantes entre delegações, pesquisadores e visitantes.
Além de colocar a região amazônica no centro das discussões, o evento também impulsionará a economia local e os debates sobre transição ecológica, justiça climática e preservação ambiental.









