O Brasil registrou uma redução significativa no número de nascimentos em 2024. De acordo com dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, do IBGE, o país contabilizou 2,44 milhões de registros de nascimentos, uma queda de 5,8% em relação ao total registrado em 2023. O resultado representa cerca de 146 mil nascimentos a menos em apenas um ano.
A redução confirma uma tendência que já vinha sendo observada: 2024 marcou o sexto ano consecutivo de queda na natalidade no país, configurando o declínio mais acentuado das últimas duas décadas.
Menos nascimentos em todo o país
A diminuição dos nascimentos ocorreu em todas as regiões brasileiras. As retrações mais intensas foram observadas no Sudeste e no Norte, mas nenhuma unidade da federação ficou fora do movimento de baixa. O padrão confirma uma transformação ampla e consistente no comportamento demográfico nacional.
Segundo o levantamento, a média mensal de nascimentos em 2024 ficou em torno de 198 mil bebês, o equivalente a aproximadamente 6,6 mil por dia. Os meses de março e maio foram os que registraram maior volume de nascimentos.
Por que o número de nascimentos está caindo
Especialistas apontam que a queda da natalidade é resultado de um conjunto de mudanças sociais, econômicas e culturais que se intensificaram nos últimos anos. Entre os fatores mais relevantes estão:
• Redução da fecundidade, com casais optando por ter menos filhos.
• Adiamento da maternidade, com mulheres priorizando carreira e estudos.
• Transformações sociais, como maior urbanização, custo de vida elevado e mudanças na estrutura familiar.
• Diminuição do número de mulheres em idade fértil, reflexo de movimentos demográficos anteriores.
Essas tendências aproximam o Brasil de padrões observados em diversos países que já passaram por processos avançados de envelhecimento populacional.
Impactos sociais e econômicos
A queda contínua no número de nascimentos tem efeitos diretos no futuro do país. Entre os impactos projetados estão:
• Aceleração do envelhecimento populacional, com menos jovens e mais idosos.
• Pressões sobre a Previdência Social, já que haverá menor reposição de trabalhadores ativos.
• Mudanças no mercado de trabalho, com possível redução da força de trabalho no longo prazo.
• Readequação das políticas públicas, especialmente em áreas como saúde, educação e assistência social.
• Alterações no consumo, já que setores voltados a produtos e serviços infantis podem sentir efeitos do encolhimento das novas gerações.
O que esperar dos próximos anos
A tendência de queda deve continuar, segundo analistas demográficos. O país já entrou na fase chamada de baixa fecundidade, na qual o número médio de filhos por mulher fica abaixo do nível necessário para reposição da população. Esse movimento deve moldar profundamente o perfil social, econômico e urbano do Brasil nas próximas décadas.









