Um levantamento da Polícia Militar do Rio de Janeiro revelou que, das 92 cidades do estado, apenas 15 não possuem domínio consolidado de facções criminosas. A análise faz parte de um mapeamento de territórios e organizações criminosas realizado pelas forças de segurança ao longo de 2025.
Segundo o estudo, foram identificados 1.648 locais no estado com presença de organizações criminosas. A divisão do controle territorial é a seguinte:
• Comando Vermelho (CV): 1.036 locais, ou 62,8% do total;
• Terceiro Comando Puro (TCP): 340 locais, 20,6%;
• Milícias: 229 locais, 13,9%;
• Amigos dos Amigos (ADA): 43 locais, 2,6%.
Distribuição e controle territorial
O levantamento mostra que o Comando Vermelho domina grande parte da capital e municípios estratégicos da Baixada Fluminense, além de áreas de interesse para o tráfico de drogas e transporte de armas.
O TCP mantém presença relevante em cidades do interior e regiões metropolitanas, com controle de algumas comunidades e corredores logísticos importantes para o tráfico.
As milícias continuam concentradas em áreas urbanas, principalmente em municípios de maior crescimento, onde oferecem serviços ilegais de segurança, transporte e cobrança de taxas, explorando vulnerabilidades locais.
O ADA, apesar de representar apenas 2,6% do território, ainda mantém influência em bairros específicos do Rio de Janeiro, onde disputa áreas com o CV.
Impactos sociais e de segurança
O domínio consolidado das facções influencia diretamente a vida cotidiana da população. Entre os efeitos mais evidentes:
• Aumento da violência armada em áreas de conflito entre facções;
• Intimidação da população, com restrições ao deslocamento e ao comércio;
• Controle de serviços e atividades ilícitas, como venda de drogas e exploração de serviços paralelos;
• Desafios para atuação policial, que precisa planejar operações com base em inteligência para minimizar riscos à população.
Especialistas afirmam que o cenário exige políticas públicas integradas, combinando segurança, educação, geração de emprego e urbanização, para reduzir a influência das organizações criminosas nas comunidades.
Próximos passos da segurança pública
A Polícia Militar e outros órgãos de segurança do estado têm reforçado o uso de:
• Operações de inteligência e monitoramento, para mapear atividades criminosas;
• Ações conjuntas com o governo estadual, buscando retomar áreas dominadas por facções;
• Programas sociais em áreas vulneráveis, com foco em prevenção da violência e inclusão da população jovem.
O levantamento também serve de alerta para a necessidade de estratégias mais abrangentes de combate ao crime organizado, que incluam cooperação entre forças policiais, políticas públicas e participação comunitária.








