Brasília — O ex-ministro Márcio Macêdo deixou oficialmente a Secretaria-Geral da Presidência da República e deve disputar as eleições de 2026, com o apoio direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A saída, confirmada na última semana, ocorre dentro de um rearranjo político planejado para fortalecer o Partido dos Trabalhadores (PT) nos estados e preparar o terreno para a próxima disputa eleitoral.
Segundo fontes próximas ao Planalto, Lula teria manifestado a Macêdo o desejo de vê-lo novamente nas urnas, elogiando sua lealdade e trajetória dentro do partido. O ex-ministro, por sua vez, confirmou que sua decisão foi tomada “em comum acordo” com o presidente, com quem mantém uma relação política e pessoal de longa data.
“Deixo o governo com sentimento de dever cumprido e com o compromisso de continuar ajudando o projeto do presidente Lula, agora em outra frente”, afirmou Macêdo, ao se despedir dos colegas da Secretaria-Geral.
Reorganização no governo
Com a saída de Macêdo, a pasta será ocupada por Guilherme Boulos, deputado federal e uma das principais apostas da esquerda para renovar o campo progressista. A substituição faz parte de um movimento mais amplo de ajustes no primeiro escalão, que busca equilibrar espaços entre aliados e partidos da base.
Nos bastidores, a mudança é interpretada como uma tentativa de Lula de fortalecer o PT nos estados, ao mesmo tempo em que amplia a presença de lideranças com projeção nacional.
Candidatura ao Senado
Márcio Macêdo deve disputar uma vaga ao Senado Federal por Sergipe, seu estado de origem, onde já exerceu mandato de deputado federal e presidiu o diretório estadual do PT. A candidatura é vista como estratégica, já que o partido pretende recuperar influência na região Nordeste, onde enfrenta forte concorrência de legendas aliadas, como o PSD e o MDB.
Petistas próximos ao ex-ministro afirmam que ele deve iniciar ainda este ano uma série de encontros regionais e conversas com movimentos sociais e lideranças locais, reforçando o discurso de continuidade do projeto lulista.
Apoio e simbolismo
Embora Lula não tenha feito um anúncio público formal, aliados relatam que o presidente incentivou pessoalmente a candidatura e prometeu apoio na construção política. Dentro do PT, Macêdo é considerado um quadro disciplinado e de confiança, tendo sido um dos coordenadores de campanha de Lula em 2022 e um dos articuladores do diálogo com movimentos sociais.
O gesto do presidente é interpretado como um prêmio pela lealdade e um movimento estratégico para manter figuras próximas em posições de destaque.
Próximos passos
Márcio Macêdo deve se dedicar integralmente à pré-campanha a partir de novembro, deixando a estrutura do governo para focar em viagens pelo estado e reuniões com bases partidárias.
Enquanto isso, Lula segue reforçando sua base política e desenhando, pouco a pouco, o mapa das alianças que sustentarão o projeto petista nas urnas em 2026.









