Copacabana voltou a ser palco de mobilização social neste domingo. A partir do meio-dia, centenas de pessoas se concentraram em frente ao Posto 5, na Avenida Atlântica, para denunciar o aumento dos casos de feminicídio no país e cobrar ações efetivas de proteção às mulheres. O ato fez parte de uma mobilização nacional que ocorreu em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal.
Um grito coletivo contra a violência que não diminui
Empunhando cartazes, faixas e cruzes simbólicas, manifestantes ocuparam a orla com palavras de ordem que expressavam indignação e dor. Muitas mulheres carregavam fotos de vítimas, lembrando que cada número das estatísticas tem nome, família e história interrompida pela violência de gênero.
Organizadoras do ato destacaram que, apesar de legislações avançadas, o feminicídio continua crescendo, revelando falhas estruturais no combate e na prevenção da violência doméstica. A sensação predominante entre os presentes era de urgência e revolta.
Famílias de vítimas dão rosto à tragédia
A presença de familiares de mulheres assassinadas emocionou e endureceu o tom político da manifestação. Mães, irmãs e filhas subiram ao carro de som para relatar a ausência de proteção, o descaso de autoridades e a impunidade que, segundo elas, ainda marca muitos desses crimes.
Relatos sobre medidas protetivas ignoradas, patrulhas insuficientes e processos lentos escancararam o abismo entre legislação e prática.
Ato expõe desigualdade na resposta do Estado
Embora o país disponha de instrumentos legais como a Lei Maria da Penha e a lei do feminicídio, manifestantes argumentam que faltam investimentos, estrutura e políticas públicas consistentes. A rede de proteção é considerada frágil: casas-abrigo são escassas, delegacias especializadas não funcionam 24 horas e medidas protetivas muitas vezes chegam tarde demais.
O protesto, portanto, não se limitou a um pedido de justiça, mas a um chamado por políticas concretas orçamento, equipes treinadas, educação de gênero e mudanças culturais profundas.
A força das ruas ecoa pelo Brasil
As manifestações simultâneas em diversos estados mostraram que a indignação é nacional. Em capitais e cidades do interior, mulheres e aliados ocuparam praças, avenidas e prédios públicos para reafirmar que feminicídio não é caso isolado, mas um problema estrutural que exige resposta urgente.
Em Copacabana, o mar de cartazes e vozes deixou uma mensagem clara: o país não pode seguir naturalizando mortes que são anunciadas meses antes em delegacias, laudos e denúncias ignoradas.
Entre a dor e a luta, a esperança
Apesar do tom de revolta, o ato também revelou a força da solidariedade entre mulheres. Grupos de apoio, coletivos feministas, lideranças comunitárias, mães que transformaram luto em luta todos se uniram para reafirmar que o enfrentamento à violência é responsabilidade coletiva.
A manifestação terminou com um minuto de silêncio pelas vítimas e uma promessa: o movimento não recuará enquanto a violência continuar avançando.









