Segundo a Polícia Civil, o jovem aparecia armado em publicações nas redes sociais; entidades de direitos humanos cobram investigação independente sobre as circunstâncias da morte.
Um adolescente de 14 anos está entre os mortos da megaoperação policial realizada nesta terça-feira (29) em comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação, considerada uma das mais letais da história do estado, deixou ao menos 44 mortos, segundo balanço de moradores e organizações locais.
O jovem, identificado como Diguerra, vivia no Complexo do Alemão e, de acordo com a Polícia Civil, suas redes sociais teriam indícios de envolvimento com o tráfico de drogas. Em uma das fotos, ele aparece segurando um fuzil ao lado de outros adolescentes.
A polícia afirma que o adolescente foi baleado durante confronto com agentes e chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso.
Em nota, a Polícia Civil declarou que a operação visava “cumprir mandados contra criminosos armados que atuam em diferentes comunidades e estavam planejando ataques a agentes de segurança”. A corporação reforçou que “todos os óbitos estão sendo apurados de forma individualizada”.
Por outro lado, moradores e organizações de direitos humanos denunciam o que chamam de “execuções sumárias” e criticam o uso desproporcional da força. Entidades como a Defensoria Pública do Estado e a OAB-RJ pediram esclarecimentos sobre a morte do adolescente e de outras vítimas que, segundo relatos, não estariam armadas.
Na madrugada de quarta-feira (30), dezenas de corpos foram levados por moradores até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, em protesto contra a operação. Imagens da cena, amplamente divulgadas nas redes sociais, geraram comoção e reacenderam o debate sobre a violência policial e a segurança pública nas favelas do Rio.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que apreendeu armas, drogas e munições durante a ação, e que “não houve excessos por parte dos agentes”. O caso segue sob investigação.
