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Só 2,5% dos trabalhadores CLT ganham mais de 10 salários mínimos no Brasil

Brasília — Um levantamento recente revela o tamanho da desigualdade salarial entre os trabalhadores com carteira assinada no país. Entre os 45,1 milhões de empregados formais, apenas 1,1 milhão recebem acima de dez salários mínimos, o que representa 2,5% do total.

A informação reforça o abismo entre a base e o topo da pirâmide de renda no mercado de trabalho brasileiro, mostrando que a elite salarial ainda é um grupo extremamente restrito.

A base da pirâmide concentra a maioria

De acordo com os dados, mais da metade dos trabalhadores registrados ganham até dois salários mínimos — faixa que concentra a maior parte da força de trabalho. Já os que recebem de dois a cinco salários correspondem a uma minoria de cerca de 25%.

Em contrapartida, a camada mais alta, formada por profissionais com ganhos acima de R$ 15 mil, contribui com uma parcela pequena da arrecadação do INSS, já que há um teto para o recolhimento previdenciário.

Desigualdade estrutural

Economistas apontam que a diferença reflete a estrutura desigual do mercado de trabalho brasileiro, marcada por baixos salários médios, alta rotatividade e escassez de cargos de alta qualificação.

“A renda no Brasil ainda está fortemente concentrada, e a formalização não garante distribuição justa. A maior parte dos trabalhadores ganha pouco, mesmo com carteira assinada”, explica o economista Ricardo Albuquerque, especialista em mercado de trabalho.

O cenário é agravado pela valorização tímida do salário mínimo e pela diferença entre setores econômicos. Profissionais das áreas financeira, jurídica e tecnológica concentram os maiores rendimentos, enquanto trabalhadores do comércio e dos serviços permanecem nas faixas mais baixas.

Perspectivas e desafios

Para analistas, reverter esse quadro exige investimentos em qualificação profissional, educação e políticas salariais mais equilibradas, além de incentivos para empresas que ampliem faixas salariais intermediárias.

Enquanto isso, a disparidade reforça o retrato de um país onde o emprego formal não é sinônimo de estabilidade financeira — e onde poucos concentram grande parte da renda produzida.

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