O governo de Israel anunciou nesta madrugada o início de uma operação terrestre em Gaza, ampliando o conflito que já havia atingido níveis críticos nos últimos meses. Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que “Gaza está em chamas”, descrevendo o avanço de tanques e tropas no maior centro urbano do território palestino.
Ordem de retirada e avanço militar
O exército israelense ordenou que milhares de moradores deixassem suas casas em áreas específicas da Cidade de Gaza, sob o argumento de preservar civis em meio ao avanço militar. A ordem foi recebida com desespero pela população, que enfrenta a escassez de rotas seguras.
“Para onde podemos ir? Não há lugar seguro. Cada rua pode se tornar um alvo”, disse à imprensa local Amina Khalil, moradora da Cidade de Gaza.
Justificativas de Israel
Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, a incursão terrestre tem como objetivo “neutralizar infraestruturas terroristas” e interromper o lançamento de foguetes contra cidades israelenses. “Estamos preparados para uma operação longa, mas necessária”, declarou.
Autoridades de Tel Aviv reforçam que a ação é uma resposta aos ataques de grupos armados palestinos.
Reação palestina
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que a ofensiva está ampliando o número de vítimas civis e acusou Israel de “usar a população como alvo de pressão política”. Em comunicado, líderes palestinos classificaram a retirada forçada de moradores como “um deslocamento em massa semelhante a expulsão”.
Repercussão internacional
A comunidade internacional reagiu de forma dividida. Os Estados Unidos reiteraram o apoio ao direito de defesa de Israel, mas pediram “moderação” na operação terrestre. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou estar “profundamente alarmado” com a escalada e pediu a criação de corredores humanitários imediatos.
Na Europa, manifestações em Londres, Paris e Berlim reuniram milhares de pessoas exigindo o cessar-fogo. “O silêncio dos governos é cúmplice. Quem paga a conta são sempre os civis”, disse a ativista francesa Camille Dufresne durante um protesto em Paris.
Um conflito sem fim à vista
Especialistas alertam que a nova ofensiva pode agravar ainda mais a crise humanitária. Para o analista político Ibrahim El-Sayed, professor de Relações Internacionais da Universidade do Cairo, “cada operação terrestre reacende feridas antigas e torna ainda mais distante qualquer perspectiva de paz”.
Enquanto isso, em Gaza, famílias improvisam abrigos em escolas, hospitais lotam e crianças seguem crescendo sob o som das sirenes. A frase lançada por Israel — “Gaza está em chamas” — já se traduz na dura realidade de um território que continua a ser palco de uma das mais complexas e dolorosas crises do mundo contemporâneo.









