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Javier Milei conquista vitória expressiva nas eleições legislativas e amplia domínio político na Argentina

Buenos Aires — 27 de outubro de 2025

O presidente argentino Javier Milei consolidou neste domingo (26) sua força política ao vencer as eleições legislativas de meio de mandato, garantindo à coalizão La Libertad Avanza (LLA) uma ampla vantagem sobre os partidos tradicionais. Com cerca de 40% dos votos válidos em todo o país, Milei ampliou a bancada de sua legenda no Congresso Nacional, reforçando o apoio parlamentar para suas reformas econômicas e administrativas.

A vitória confirma a tendência de fortalecimento do governo libertário, que chegou ao poder prometendo uma guinada radical na economia argentina marcada há décadas pela inflação alta e sucessivas crises fiscais.

Resultado e distribuição de forças

De acordo com dados oficiais divulgados pelo Tribunal Eleitoral argentino, a LLA saiu vitoriosa em 18 das 24 províncias, superando a coalizão peronista Unión por la Patria e o bloco de centro-direita Juntos por el Cambio.

Com o novo resultado, o partido de Milei passa a ocupar a maior bancada da Câmara dos Deputados e ganha peso significativo no Senado, reduzindo a dependência de alianças políticas para aprovar leis e decretos. Ainda assim, o governo não alcançou maioria absoluta o que exigirá articulação com setores independentes e regionais. Reação do presidente

Em pronunciamento na Casa Rosada, Milei comemorou o resultado e afirmou que o povo argentino “renovou o compromisso com a liberdade e com o fim do modelo intervencionista”.

“Hoje a Argentina disse basta à decadência e escolheu um caminho de responsabilidade, mérito e esforço. Este é o início de uma nova etapa, com mais força para mudar o país”, declarou o presidente diante de apoiadores e ministros.

Durante o discurso, ele também prometeu acelerar o programa de privatizações, a redução do gasto público e a reforma trabalhista, pilares de seu projeto liberal.

Contexto econômico e social

A eleição foi vista como um plebiscito informal sobre os quase dois anos de governo Milei. Embora enfrente críticas por medidas de austeridade severas que afetaram subsídios e serviços públicos, o presidente manteve apoio de parte da população que enxerga em sua agenda a possibilidade de estabilizar a economia e atrair investimentos.

Nos últimos meses, o país apresentou sinais tímidos de recuperação, com queda gradual da inflação e aumento das exportações agrícolas, mas ainda enfrenta altos índices de pobreza e desemprego.

Reação política e internacional

A oposição reconheceu a derrota, mas prometeu fiscalizar de perto as novas medidas do Executivo. Líderes peronistas afirmaram que o resultado “não é um cheque em branco” e defenderam “resistência democrática às reformas que prejudiquem os trabalhadores”.

No exterior, a vitória foi saudada por lideranças da direita global. O ex-presidente norte-americano Donald Trump enviou mensagem de congratulação, chamando Milei de “líder corajoso que inspira o mundo”. Governos da região, como Chile e Uruguai, também parabenizaram a Argentina pelo processo eleitoral pacífico.

Próximos passos

Com a nova composição do Congresso, Milei pretende retomar a tramitação de projetos que ficaram paralisados em 2024, como a Lei Ônibus, que reestrutura diversos setores do Estado, e o plano de dolarização gradual da economia.

Analistas avaliam que o cenário político se torna mais favorável ao governo, mas alertam para possíveis tensões sociais. “O desafio agora é transformar capital político em resultados concretos, sem desgastar a base de apoio popular”, explica o cientista político Martín Cabrera, da Universidade de Buenos Aires.

Conclusão

A vitória legislativa de Javier Milei marca um novo capítulo na política argentina, consolidando o avanço do liberalismo econômico e enfraquecendo o tradicional domínio do peronismo. Resta saber se a força conquistada nas urnas será suficiente para sustentar um programa de reformas profundas e se a sociedade argentina está disposta a suportar os custos dessa transformação.

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