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A Voz Que Se Cala: Gilsinho, Intérprete da Portela, Morre aos 55 Anos

Rio de Janeiro — O samba carioca amanhece com uma notícia que entristece o coração de muitos: Gilson da Conceição, conhecido artisticamente como Gilsinho, intérprete da tradicional escola de samba Portela, faleceu nesta terça-feira, 30 de setembro de 2025, aos 55 anos.

A confirmação veio da própria Portela. Em nota oficial, a escola decretou luto de três dias e lembrou que o intérprete não foi apenas voz, mas símbolo de paixão, talento e entrega para a comunidade do samba.

Trajetória de Gilsinho: Voz, Glória e Legado

Gilson da Conceição estava à frente do microfone da Portela desde 2006, ocasião em que passou a assumir o papel de intérprete oficial. Também atuava em São Paulo, onde representou a escola Tom Maior.

Era filho de Jorge do Violão, integrante da Velha Guarda da Portela, herdeiro de uma tradição sambista rica em história e memória. O bairro, os ensaios, a quadra, os desfiles: Gilsinho vivia o samba.

Some de seus destaques:
• Ganhou o prêmio Estandarte de Ouro pela Portela em múltiplos anos (2012, 2019, 2022)
• Era conhecido pelo carisma e presença marcante no desfile, pelo grito de guerra “Vai na Ginga, Portela!” que soava com força nos dias de carnaval.
• Demonstrações notáveis de interpretação: cantar clássicos como “Maria Maria” (Milton Nascimento) e homenagens a grandes nomes do samba e da MPB.

O Que Se Sabe Sobre Sua Morte

Informações confirmadas ou reportadas até o momento:
• Gilsinho havia passado por uma cirurgia bariátrica na semana anterior ao falecimento.
• Recebeu alta no dia 27 de setembro, sábado.
• Desde segunda-feira (29), haveria complicações, conforme relatos de amigos.
• Até agora, não há confirmação oficial sobre a causa exata da morte. A escola Portela não se manifestou sobre detalhes médicos.

Reações e Homenagens

Não tardaram as manifestações de pesar de diferentes segmentos do samba e da cultura brasileira:
• A própria Portela expressou: “Sua voz embalou momentos inesquecíveis, emocionou gerações e marcou profundamente o Carnaval do Brasil…” 
• Diversas escolas de samba — tanto do Rio quanto de São Paulo — publicaram notas de pesar pelas redes sociais. 
• Autoridades, fãs e artistas lembraram o intérprete com gratidão, destacando seu papel importante na tradição do samba. 

O Peso da Ausência

A morte de Gilsinho deixa uma lacuna difícil de medir em palavras:
• Na Portela, sua voz não era solo: era ponto de união, de identificação comunitária, de emoção coletiva. A saída dele do palco do samba deixa um espaço que será sentido profundamente.
• Para o Carnaval carioca e para o samba no geral, é também uma perda de patrimônio cultural — uma voz que ajudava a manter viva a ponte entre passado e contemporaneidade, entre tradição e renovação.
• Entre os fãs, folião comum, sambistas mais experientes: a saudade já começa a ressoar. Quem viu Gilsinho cantar sabe que não se esquece.

O Que Ainda Fica a Saber
• Causa oficial da morte: será divulgada em algum momento, quando a família e/ou autoridades médicas se manifestarem.
• Detalhes sobre velório e sepultamento: já há informações parciais: alguns veículos afirmam que haveria velório na quadra da Portela, mas não há confirmação definitiva de horário ou condições.
• Impacto no próximo Carnaval: haverá repercussões importantes para Portela, Tom Maior e para o samba como um todo, seja na escolha de intérpretes ou no espaço simbólico que seu legado ocupará.

Conclusão

Gilsinho partiu cedo, com sua voz interrompida em meio a um ciclo de lutas e alegrias que só quem vive o samba de perto conhece bem. Sua vida foi samba: herança, entrega, emoção, presença. E sua morte, mesmo com causas ainda em parte envoltas em silêncio, nos lembra das fragilidades humanas, do quanto cantar — no palco ou fora dele — é também disputar com o tempo, com a saúde, com o corpo.

No entanto, o que ele deixa é maior do que qualquer ausência: legado, inspiração, vozes que ecoarão por muitos carnavais. Que a Portela, o samba, e todos os que foram tocados por Gilsinho possam seguir celebrando sua memória, com respeito, gratidão — e com aquela energia que só ele sabia imprimir no microfone.

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